sexta-feira, 29 de abril de 2016

História sem fim, nem graça, nem ninguém que perguntou sobre ela

Queria escrever sobre a minhas idas à dermatologista. Acho que perdi a habilidade de fazer isso aqui. Já faz algum tempo que não escrevo. Por isso vou escrever igual gente que não consegue contar história sem se perder. Que é o meu caso agora.

O cenário principal se resume a eu de cueca, de bruços, numa sala fria com duas mulheres portando instrumentos perfurocortantes sem que eu pudesse vê-las.

Se não quiser perder seu tempo, não leia o resto.

Enfim!

Fui na porra do consultório. Pouco mais de um mês.

O drama já começa aí. Escolher médico tá foda nesse país. Em regra, são tudo uns fora-dilma, o que dificulta muito a escolha do profissional.

Já pensou se ele(a) abre a boca pra discutir essa conjuntura louca do país no meio de algum procedimento?

Numa discussão política, argumentos, dados, conhecimento histórico, tudo isso é importante, mas bisturi... Porra, bisturi é foda.


Enfim(2)!

A tal dra. dona moça que eu escolhi me parece ser bacana.

Ao menos me pareceu depois que eu stalkeei o perfil do facebook dela inteiro.

Aliás, nessa odisseia, me dei conta que poucos médicos contribuem com as contas bilionárias do Zuckerberg. Ao menos dessa forma.


Enfim(3)!

Na primeira consulta fui lá fazer o que praticamente todo mundo que vai a um dermatologista vai fazer:

_Dá uma olhada nessas minhas pinta, aí!

E a dra. dona moça deu. Em tudo quanto era pinta. Tira o casaco, bota o casaco! Me senti aquele karate kid que curiosamente lutava kung fu.

Uma das pintas preocupou. Uma na perna. Na parte posterior da coxa.

_Vamos ter que tirar!
_Beleza! Toca o pau!
_Em outra data!


Enfim(4)!

A tal outra data foi hoje. Na primeira consulta, a dra. dona moça me perguntou, na hora de tirar a calça, se eu preferia colocar a camisa.

Segundo ela, tem gente que se sente mais 'seguro' se estiver usando ao menos uma das peças de roupa.

De pronto respondi que não e que já tinha passado por experiências muito mais constrangedoras que aquela. Além do mais, achei preconceito com a minha cueca.


Enfim(5)!

Já hoje foi diferente. Entrei no consultório, ela mandou tirar a calça e deitar de bruços numa cadeira, que vira cama, que vira maca, que vira tudo. 

_Opa! Peraí, querida! Eu nem conheço os seus pais!

Só depois deu bom dia. E apertou a minha mão.

Tirei a calça. Dessa vez, diante da frieza procedimental, mantive o casaco.

Nesse momento entra a secretária dela. Que de secretária morfou e virou assistente.

_Vamos ter que cortar os pêlos da sua perna!

E cortou os pêlos da perna. E passou álcool. E fizeram piadinhas. E eu não entendi porra nenhuma.

Aquilo não se faz. Piadas inaudíveis atrás de alguém nessa situação? Eu tava de bruços, só de cueca, indefeso.

Na ocasião, só conseguia pensar na inefetividade das instituições que defendem os direitos humanos. Onde tava a Corte Interamericana de Direitos Humanos naquele momento? Por que diabos não há uma linha sequer sobre dermatologistas no Pacto de San Jose da Costa Rica?


Enfim(6)!

A funcionária híbrida colocou um óculos na médica. Agora a porra ficou séria - pensei.

Anestesia local. Indolor. Enquanto realizava o procedimento, apoiava o cotovelo na minha nádega esquerda.

A conversa também não ajudava.

_Você está sentindo uma picada ou só uma encostada?
_Picada!
_Agora?
_Picada.
_Agora?
_Encostada.
_Agora?
_Picada mais forte.
_Agora?
_Nada.
_E aqui atrás?
_Nada.
_Tá doendo?
_Não

Penso que não preciso discorrer sobre os perigos do isolamento desse diálogo.


Enfim(finalmente, caralho, fala pra cacete)!

Ir em um dermatologista pode ser um pouco constrangedor.

Se você não possui desenvoltura pra ficar de cueca e/ou calcinha na frente de alguém desconhecido ou nunca foi a um urologista/ginecologista e ficou conversando com o(a) médico(a) enquanto ele(a) manuseava o seu órgão sexual, não vá.

Deixe o câncer se desenvolver no seu corpo até a metástase.

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sexta-feira, 6 de junho de 2014

Um texto para os anais...

Agora há pouco, enfrentando um congestionamento, estive prestes a publicar no facebook que "o trânsito estava um cu".

Refletindo sobre a conduta, percebi que estava cometendo um grande erro. Não! Não esse erro moderno de ficarmos publicizando nossas vidas medíocres nas redes sociais! Esse não!

Refiro-me a tratar o substantivo 'cu' como um adjetivo de cunho pejorativo. Sinceramente, salvo melhor juízo, tratá-lo dessa forma seria uma tremenda injustiça.




*Esse texto foi escrito para os amantes da gramática.
**Amantes do substantivo em questão com boa interpretação textual: sintam-se também contemplados.

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segunda-feira, 19 de maio de 2014

Deus e o Facebook

Porque diabos as pessoas agradecem a Deus no Facebook?

Não é por nada mas, com base em tudo que eu conheço da mitologia bíblica, acho pouco provável que o Senhor dos Exércitos perca o tempo Dele navegando na fonte de renda do Zuckerberg...

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terça-feira, 8 de abril de 2014

Tá, mas o que é ética?

Alguém me fala que algo é "antiético". Peço que me diga o que é ética. Silêncio, por vezes, seguido de enrolação pseudo-teórica. A conversa acaba. Rompemos.

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