sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Meditações Carvalhianas

Considero ter aprendido bastante coisa nessa vida. Muito mais, inclusive, do que bastante gente que já viveu mais do que eu.

Uma destas coisas foi que o convencimento sem argumentos, feito à força, não chega a ser um convencimento de fato, por mais que o indivíduo se sinta "realmente" convencido.

A lógica parece um tanto quanto contraditória, porém se baseia na premissa de que o convencido talvez só se sinta convencido por desconhecer outros meios de convencimento que senão os que o são postos pelo senso comum.

Um dia desses (não! não foi "num desses encontros casuais"), navegando infrutiferamente pela web (não! também não é pleonasmo), acabei dando de cara com um blog sobre “filosofia ateísta”.

Pra falar bem a verdade, nem me prendi ao texto do blogueiro (aliás, não lembro de tê-lo lido), o que me levou diretamente aos comentários sobre o texto.

Grande parte acreditava em Deus, e descia a lenha nos ateus. Logicamente, alguns ateus revoltados retribuíam as lambadas e assim configurou-se a bandalheira.
Alguns crentes chegavam a chamar ateísmo de doença, oferecendo-nos "a cura".

Meu primeiro comentário (também no nível do furdunço) foi: "Cala a boca Alex!"

"Alex" foi um cidadãozinho que escreveu um comentário escroto e totalmente sem fundamento que me limito a não reproduzir aqui.
E "Eu" fui um cidadãozinho que respondeu o comentário do cidadãozinho Alex de maneira tão efetivamente pedagógica quanto radar de trânsito.

A grande verdade é que estava com preguiça de fazer um texto a respeito do assunto no momento. Como sou da opinião de que política, futebol e religião é que se discute, em outra ocasião, resolvi voltar ao blog e fazer um comentário um pouco mais explicativo e menos agressivo que o primeiro.
Quanto a agressividade, é sempre muito difícil executar tal tarefa com maestria.

Anyway, segue o texto na íntegra:

"Meus Caros Cristãos.

Sei que não são muito dados à observações científicas (exceto quando o seu Deus onipotente, onisciente e onipresente não consegue fazer o trabalho de um simples médico, por exemplo), no entanto gostaria de fazer algumas reflexões.

"Inexistências não são objetos epistêmicos válidos." (Gosto dessa frase! Se quiserem saber o que é epistemologia, procurem no Google. É divino!)

Trocando em miúdos o que se deve provar é a existência das coisas, e não sua inexistência.
A principal tarefa de justificar a possibilidade (da existência) de um Deus não está sob a responsabilidade dos ateus e sim dos crentes (e aqui os cito em sentido lato senso).

Digo-lhes: Só existe um impasse sobre a existência de Deus porque os cristãos não conseguem provar sua existência, ou a “provam” de maneira insuficiente.

Você cristão entra na casa de uma pessoa e essa pessoa lhe processa por furto, por exemplo. A quem cabe o ônus da prova?
Você deve provar que não furtou nada ou a pessoa?

O ônus da prova cabe a quem alega a existência do fato! Você não precisa provar nada! Mesmo que tenha realmente furtado algo na casa!
Logicamente um exemplo simplista, porém de fácil compreensão.

É assim que o mundo funciona. Inclusive de maneira lógica!
Dois neurônios seriam necessários pra chegar a este raciocínio. (Um e meio, na verdade)

E quem alega a existência de Deus se não seus próprios "súditos"?
Perdoem-me, vocês fiéis, mas provem vocês a existência de um Deus!
Sem provas, sem Deus. No proves, no God. (gostei disso!)
É triste, mas real.

Sei que sem um Deus (muitos de vocês) ficarão perdidos e sem saber o que fazer da vida, mas prefiro encarar um mundo real e cruel na perspectiva de mudá-lo do que arranjar um amigo imaginário com super-poderes, que sabe de tudo, vê tudo e está em todo lugar.

Um amigo cuja prerrogativa cabe somente a ele, de me julgar e me perdoar, não importa a merda que eu faça.
Matar, roubar, explorar, traficar, destruir vidas alheias, não dar a mínima para o(s) próximo(s), importar-se somente com a própria "salvação"; nada disso é empecilho para o Todo-Poderoso. É só pedir perdão!

[...]

É meus caros, refletir de vez em quando, não faz mal a ninguém."

4 comentários:

Fran Hellmann 16 de outubro de 2009 às 20:57  

O futuro, Ti... O futuro.

Um índio simpático.

Evrandos 19 de outubro de 2009 às 09:42  

http://evrandos.blogspot.com/2009/10/deus.html

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