sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

A lei de Murphy e o Busão!

Andar de ônibus é um troço filho da puta. Convenhamos!

Ao menos na sociedade capitalista.

Tarifas altíssimas, empresas privadas, concessões ilícitas, monopólios, máfias, politicagem, falta de qualidade no serviço, falta de frota, falta de horários, falta de lugares pra sentar. Falta até cobrador pra dar uma forcinha no trabalho do motorista, que aliás sofre com a falta de um salário digno, com a falta de uma carga horária de trabalho razoável e com a falta de um sindicato de luta!

Falta tudo!

Não é por menos que o trabalhador, aquele que "pode", se endivida todo pra comprar um carrinho.

Não poderia deixar de mencionar também o bem que um transporte coletivo de má qualidade faz para o mercado (leia-se: empresariado do ramo) automobilístico.

Mas nos livremos um pouquinho da crítica política. Só um cadinho!

Em um outro momento oportuno poderemos (pareço um ex-professor meu que nunca falava na primeira pessoa do singular) voltar a falar umas verdades esculachar esse Sistema que contraditoriamente (viva a dialética!) se auto-esculacha!

Pois então, eu quero mesmo é falar da Lei de Murphy... e do Busão, é lóhico!

O ônibus, que segundo o dicionário Houaiss significa veículo grande, automóvel, us. para o transporte coletivo (urbano, interurbano, intermunicipal, interestadual etc.) de passageiros, com rota prefixada, é um grande, e amarelo no caso de Joinville, aglutinador de exemplos da lei de Murphy. O que, embora seja engraçado, é uma merda!

Diz a lei de Murphy, genericamente conceituada: Se alguma coisa pode dar errado, dará!

Façamos uma viagem pelos nossos vários exemplos:


Vá até o ponto de ônibus. Você precisa do ônibus. Deve pegá-lo. Tem um horário marcado.

Se o dia estiver nublado, o trajeto que compreende o seu ponto de partida até o ponto de ônibus corresponderá exatamente ao início da chuva e a sua estiagem.

Muito provavelmente você perderá alguns ônibus ao tentar atravessar a rua e certamente terá de esperar o próximo... que vai demorar.

Após o exercício de paciência avistará não um, mas todos os ônibus que passam pelo local. Chegarão em sincronia, como que combinados. Um vai parar, os outros seguirão.
Talvez aí resida a dualidade de significado de transporte coletivo.


Adentremos à maquina

Não, não haverá lugar! Mas... se, por muita sorte, houver, será em um lugar que normalmente não preferimos ficar. Idosos, por exemplo, tem sempre a sorte de, quando conseguem, gozar de bancos vazios virados em sentido contrário. Os vulgos: banco virado pa trais, ou banco virado discosta.
Geralmente os coitados ali não sentam, pois sentem náuseas no lugar.

Se você é jovem, ou tem cara de novo, é pra você que todo o ônibus irá olhar quando o pobre idoso não tiver lugar. Irão intimidá-lo, incriminá-lo, julgar seus princípios educacionais, cutucá-lo, olhá-lo com cara feia... Darão "indiretas". Todas, na maioria das vezes, duvidando da capacidade pedagógica da senhora sua mãe.

Invocarão Deuses! Se houvesse, ali, naquele exato momento, um Tribunal do Júri celestial, a sentença condenatória teria um veredito óbvio.

Contudo, corre também o risco de você, geralmente quando não estiver cansado, achar um banco com dois lugares vagos. Esse é o mais perigoso. A loira gostosa com calça de ginástica (sim, também o loiro gostoso com calça de ginástica - só pra não esquecer o debate de gênero) NUNCA, leia bem, NUNCA irá sentar do seu lado!

Sentará ali, ao seu lado, alguém que: ou fuma e fede a cigarro; ou bebe e fede à cachaça; ou cheira a sovaco; ou transpira muito; ou ocupa muito espaço; ou tem uma criança de colo que irá sujar a sua calça com o "sapatinho"; ou puxará conversa; ou ficará olhando para seus peitos (isso só no caso das mulheres e de um amigo meu); ou abrirá as pernas como se fosse o dono dos dois bancos; ou terá uma bolsa que ficará no seu colo também; ou terá uma porra de um celular com um funk em mp3 tocando... e por aí vai!

Lembre-se: NUNCA sentará alguém que você realmente queira, ou não lhe incomode.


Na viagem

Seu ônibus irá parar em TODOS os pontos e todos os semáforos. Se estiver cheio, ficará mais ainda. Se você estiver de tênis novo, chinelo, sandália ou sapato branco ("sapato branco Juzéééééé!")... Bom, irão pisar no seu pé.

Pense em uma conversa que lhe irrite. Se você é ateu, escutará as maiores bizarrices cristãs. Se você é cristão, escutará as maiores blasfêmias satânicas. Não gosta de futebol? Ah! É disso que falarão a viagem inteira perto de você. Em alto e bom som!
Novela, BBB... Odeia!? A dupla do seu lado vai gostar! Isso se não for alguém querendo puxar conversa contigo sobre temas que lhe causam asco.


Terminal integrado (para os lugares "já" possuem)

"Vá motorista, estacione logo!"
"Corra motorista, abra a porta!"
"Porra! Perdi meu ônibus..."

Estas são as frases mais comuns dos passageiros na entrada do terminal integrado. Exceto pelo "Porra!", duvido que você nunca tenha soltado uma dessas. Nem que seja em pensamento.
Se seu próximo ônibus já está saindo, o atual irá demorar pra estacionar e abrir a porta. Essa é a regra geral.

Lá vai você esperar pelo próximo...

Há muito tempo atrás, existia um costume, provavelmente um resquício do Regime Militar, da lógica e da educação (bem longe de serem conexos, exceto pela lógica e a educação entre si) chamado "fila".
Havia somente uma porta pra entrar, a da frente. Quem chegava antes pegava lugar, quem chegava depois, azar. Mais, ao menos era organizado o troço.

Hoje isso não acontece mais. Aliás, nem há como!

Fecha-se a porta de frente, abrem-se as traseiras. Esse é o momento da indecisão: Entro pela primeira o a "dos fundos"?

Entre pela primeira: Todo o povo de trás sairá do ônibus rapidamente, quem escolheu a porta dos fundos irá entrar antes de você e, consequentemente, pegar lugar.

Tente pela dos fundos: Alguém vai demorar pra sair. Um sacoleiro, um viajante e suas malas, uma mulher grávida, um idoso... Quem escolheu a primeira porta irá entrar antes de você e, consequentemente, pegar lugar.

Mas a lei de Murphy será sempre a lei de Murphy.

Ontem, quando pensava em finalizar estes últimos parágrafos deste texto ocorreu-me o inesperado.

Pasmem! Sentei num dos "banco virado discosta" e coloquei minha mochila no espaço vago ao meu lado. Comecei a ler.

Depois de um tempo recebi uma mensagem no celular, que estava na minha bolsa. Tirei-a do lugar vago e ergui a cabeça.

A loira gostosa do ônibus. Lá estava ela. Sem a calça de ginástica, mais com outros opcionais: tinha olhos azuis. Uma beleza!

Murphy filho da puta. Foi só o tempo abrir o zíper e ela já se encontrava ao meu lado (zíper da mochila!) Sentada. Cheirosa. Pediu licença.

Murphy filho da puta...

2 comentários:

Veiga 22 de janeiro de 2010 às 17:31  

Pra variar, mais um bom texto.


Tenho vergonha do meu blog.

Carvalho 22 de janeiro de 2010 às 17:51  

Você é magro e tem as pernas grossas.

Não há do que ter vergonha meu caro...

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